Por Daniel Giussani – Publicado em 31 de janeiro de 2024 às, 10h01
A digitalização de serviços como os de banco e de varejo facilitou a vida de muita gente. Pessoas começaram a fazer na palma da mão algo que, antes, exigia uma ida a uma agência ou a uma loja. Por outro lado, esse processo também deu a criminosos novos caminhos para aplicarem golpes na população, com as fraudes digitais.
Quando eu e mais cinco amigos estávamos na faculdade de Ciência da Computação, nos deparamos com o artigo “O Computador do Século XXI”. Nesse artigo de 1991, Mark Weiser, cunhou o termo computação ubíqua para falar sobre o momento em que a computação vai para o plano de fundo, em que dispositivos conectados vão nos servir em todos os lugares de forma que ninguém pode vê-los.
Como se, quando as tecnologias mais sofisticadas chegassem em seu nível máximo, elas desapareceriam. A escrita é um exemplo. Hoje em dia, quando a gente lê, não paramos para pensar no sistema que foi construído por trás. A energia elétrica é outro exemplo.
Mas, no caso da computação, ainda percebemos um esforço envolvido. Ainda precisamos usar um dispositivo físico e apertar comandos. A visão do Mark Weiser é a de que um dia a computação vai continuar evoluindo e chegará em um ponto que vamos usufruir sem pensar na complexidade por trás.
Essa ideia nos deixou tão fascinados a ponto de criarmos uma empresa para concretizar essa visão.
Esse modelo de negócio foi pioneiro. Nos tornamos lucrativos em três meses de operação pós lançamento. Crescemos super rápido e por muitos anos.
Mas, víamos no horizonte dois pontos de atenção:
1) Com esse produto, não iríamos concretizar a nossa visão de tornar a computação ubíqua.
2) Eventualmente, as big techs iriam entrar nesse mercado, uma vez que mobile estava crescendo exponencialmente. A gente sabia que os maiores players globais iriam entrar com concorrência desproporcional, só não conseguiríamos prever quando.
Por causa disso, enquanto crescíamos com localização para publicidade, começamos a pensar em produtos que iriam concretizar a nossa visão. E que seriam um bote salva vidas caso (e quando) a ameaça das big techs chegasse.